quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Método da Língua Portuguesa

O conhecimento é sem dúvida um requisito fundamental para vencer num mercado cada vez mais competitivo. Entre todas as áreas de conhecimento uma é especialmente importante para quase todas as profissões ou negócios: a língua.
Desde há uma semana que ando a frequentar um curso de inglês, na perspectiva de melhorar o meu pobre domínio da língua de Shakespeare (ou talvez mais de Mark Twain, pelo menos na minha escola). O nosso governo tem vindo a falar muito da importância do ensino deste idioma desde os primeiros anos da escola… Não critico tal ideia, critico sim o crescente abandono que a língua portuguesa, a terceira ocidental mais falada no mundo, tem sofrido, sendo vítima de um ensino cada vez menos criterioso e exigente. O abandono é tal que, no próprio país de origem desta brilhante língua, ela é cada vez mais maltratada e desprezada. Vai-se pelas ruas sombrias da baixa do Porto num passeio de sábado à tarde e só se vêem nomes de lojas em inglês, publicidades a novos produtos portugueses com nome inglês, e, imagine-se, um filme português falado em inglês, num abandono e desprezo pelo português só comparável á tristeza e decadência da Invicta cada vez mais decrépita e só.
Terei que concordar que houve algumas medidas importantes para inverter este ciclo, como o Plano Nacional de Leitura que teve sucesso considerável, e o acordo ortográfico. Talvez seja polémico, no entanto não estou aqui a discutir os pormenores mais “técnicos” do referido documento, isso deixo para os académicos especialistas dessa área discutirem com conhecimento de causa. Contudo lembro a importância que este acordo poderá ter no sentido de impedir uma fragmentação da língua portuguesa, podendo levar á reunião de esforços para a projectar a nível das relações internacionais e nos órgãos não governamentais como uma língua de importância fundamental a nível planetário.
Ao contrário dos nossos irmãos ibéricos, nós parecemos muito menos orgulhosos e defensores do que é nosso. O castelhano é uma língua em grande projecção e crescimento a nível global, cimentando a liderança mundial (excluindo China e Índia), havendo já estudiosos que garantem que esta pode vir a ameaçar o inglês nos EUA dentro de menos de 50anos. Quando é que as nossas classes dirigentes e as elites com responsabilidade se vão aperceber da importância da protecção e apoio á consolidação do português a nível global? Deixem-se de falsos intelectualismos que não nos levam a lado nenhum e só contribuem para uma separação cada vez maior entre o português “mais erudito” dos nossos escritores mais brilhantes e a completa desgraça do português falado pelo “Zé Povinho”.
Uma coisa tenho a certeza, podemos até abandonar aquilo que é a nossa maior recordação dos nossos heróis do passado e a maior esperança de um V Império futuro, no entanto a voz de Amália e Mariza e a poesia de Camões e Pessoa jamais deixarão morrer a sua língua.

1 comentário:

cristinasiqueira disse...

OI,

Sou brasileira,escritora e em comum
o amor pela maltratada Língua Portuguesa.Mariza é deleite que ouço para matar a saudade de Lisboa,Porto,Coimbra,Sintra e muito dos sabores ,paisagens,amigos
Pessoa é estudo,metafísica,além
da forma da poesia.Em um de meus blogs(www.cristinasiqueira.blogspot.com)
nas postagens antigas tem algo de especial sobre Pessoa,com tempo passe por lá que acredito te acalentará o espirito.
Até mais,
Cris